Bridgerton se supera e encanta leitores com terceira temporada

A primeira parte da terceira temporada de Bridgerton chegou à Netflix no dia 16 de maio e, tal qual um amigo que vai se aproximando aos poucos, cativou de volta seu lugar de destaque no coração de tantos fãs dos livros. Logo eu, que declarei que não leria o livro Os Segredos de Colin Bridgerton para não ficar sugestionada, cheguei ao final dos quatro episódios feliz de reconhecer tantos diálogos na tela. O texto a seguir tem spoilers, então, prossiga por sua conta e risco.

A história desse casal já vem sendo trabalhada desde a primeira temporada, com olhares carinhosos de Penelope e a total cegueira de Colin pra todos os lados. Não reli o livro, porém, reassisti as duas temporadas prestando atenção ao arco de Polin. Tudo já estava lá. Muito já foi dito – ainda que despercebido – e os fãs não precisam mais esperar tanto.

Colin volta de viagem ainda com a cabeça nas nuvens, sem saber a tristeza que causou em Penelope com sua fatídica frase. Penelope ainda procura seu lugar após ser rejeitada tanto por seu crush como por sua amiga. Amiga esta que agora sabe seu segredo mais precioso.

Bridgerton. (L to R) Nicola Coughlan as Penelope Featherington, Luke Newton as Colin Bridgerton in episode 302 of Bridgerton. Cr. Liam Daniel/Netflix © 2024

Confesso que, depois da segunda temporada, fui com cautela no primeiro episódio. Estava com medo de estar gostando tanto! Porém, parece que a produção executiva de Jess Brownell colocou Bridgerton de volta no rumo que gostamos. Uma série com tensão, mas muita leveza e cenas deliciosas que respeitam os livros nos quais se inspiram.

Foi possível identificar de memória cenas que estavam totalmente corretas com as palavras escritas por Julia Quinn há tantos anos. Ainda que a história sendo apresentada (Lições amorosas) não tenha quase nada a ver com o caminho dos personagens nos livros, os momentos-chave estão lá, identificáveis pelos fãs dos livros.

A química de amigos funciona, com Nicola Coughlan e Luke Newton seguros de quem seus personagens são nesse momento da história. Foi lindo rever o caminho que eles percorreram nas temporadas anteriores, finalmente tomando o palco e entregando um amigos-amantes delicioso de assistir. Ver Colin perdendo a compostura e sonhando com Penelope está no meu top 10 cenas favoritas.

Muitos disseram que foi rápido, mas a verdade é que no livro tudo acontece rapidamente mesmo. Fico feliz que tiraram o ciúme excessivo do Colin, a possessividade (pelo menos nesta parte, vamos ver na segunda) e o colocaram em conflito aberto com a personalidade que criou para si e quem realmente ele quer ser – e ao lado de quem quer estar.

E a Cena da Carruagem™ deixou todo mundo babando! Quem não voltou pra assistir novamente, mentiu! Bridgerton se superou novamente e mostrou que é possível fazer algo totalmente pensado pra TV, mas trazendo pontos que serão facilmente identificados pelos fãs mais antigos.

O Conde Enfeitiçou

O Conde de Kilmartin chegou! Francesca finalmente debutou! E tudo vai ficar bem – por um tempo. A atriz Hannah Dodd, que substitui Ruby Stokes como Frannie, entrega tudo logo em seus primeiros momentos de tela. Altiva, mas doce, tímida e segura de si ao mesmo tempo. Sem medo de pedir licença quando precisa de um momento. Sem medo de encarar a pista de dança novamente quando alguém a convida. Achei perfeita, sem defeitos, com uma expressividade no olhar muito difícil de se atingir.

Bridgerton. (L to R) Hannah Dodd as Francesca Bridgerton, Nicola Coughlan as Penelope Featherington in episode 301 of Bridgerton. Cr. Laurence Cendrowicz/Netflix © 2024

Victor Ali como John Stirling, então, rouba a cena com uma paz melancólica, como uma melodia que cresce aos poucos em notas quase imperceptíveis. Assim como Francesca quando o encontra, o silêncio nos cativa mais do que se houvesse um grande discurso.

Ao que tudo indica, o casamento já deve acontecer nessa temporada; o que significa que possivelmente teremos algum indício de Michael Stirling? Não sabemos, mas definitivamente teorias estão rolando de que, ao invés de Michael, teremos Michaela. Não sei o que dizer sobre isso, já que O Conde Enfeitiçado é um dos livros que mais mexeu comigo durante a leitura. Entrego e confio, já abri mão de ver tudo igual e o que vier é lucro!

Mas, voltando ao nosso casal quietinho: mal posso esperar pra ver como Shonda vai desenrolar a história deles para aumentar o drama que já existe nos livros.

A corrida da Fertilidade das Featheringtons

Não vou mentir, amei muito como o núcleo Featherington foi trabalhado nesta temporada. Divertidas, as irmãs Prudence (Bessie Carter) e Phillipa (Harriet Cains) dão a pitada cômica necessária. Agora, as peripécias desinteligentes dessa dupla tem lugar e hora, visto que estão na busca para salvar a propriedade Featherington, deixada para o primeiro herdeiro homem de uma das filhas do antigo barão.

Portia é um espetáculo a parte e segue sendo a mãe mais pragmática da sociedade londrina. Ela quer segurança, ela quer tranquilidade. É uma leoa que vai fazer o possível para manter sua prole a salvo. Nem que pra isso tenha que entrar em detalhes sórdidos com suas filhas para que elas “performem o dever” matrimonial e renda os frutos desejados.

A ascensão Mondrich

E se muitos acham desnecessário manter a família Mondrich na série, eu discordo. Acredito ser muito bom a transição que estão fazendo com um personagem que começa a série como um lutador, uma profissão que não tinha o maior prestígio de cavalheiro na época; para um dono de clube, e agora, um semi-aristocrata. O título pertence ao filho, mas vem com benefícios para os pais. Achei interessante mostrar o conflito de estar em um novo ambiente, seguir novas regras ao mesmo tempo que pode quebrar algumas regras. O segredo está em entender quais regras não podem ser quebradas jamais e é exatamente isso que Will (Martins Imhangbé) e Alice (Emma Naomi) vão descobrir.

Inclusive, Alice já chega ocupando um lugar de destaque ao lado de Lady Danbury e da Rainha Charlotte no tablado real. Acredito que teremos algum papel central ainda para este casal, possivelmente na temporada de Benedict. Quem sabe eles não serão um elo com Sophie ou até um refúgio para ela.

Falando em Benedict, seguimos mais uma vez atrás do nosso artista libertino. Amei que em toda função social ele está correndo de mamães casamenteiras. E se solta totalmente quando está com a viúva Tilney. Ainda não consigo entender se a próxima temporada será dele ou se ainda veremos Benedict curtindo a vida por mais um ano antes de encontrar sua dama prateada.

A amizade improvável que deu (quase) certo

Não me entenda mal. Eu gostei da aproximação de Eloise com Cressida. Acho que deu uma visão diferente da sociedade para Eloise e mostrou um lado de Cressida que pode ser útil na segunda parte (assim como em temporadas futuras). Eloise é cheia de opiniões e se ver ao lado de alguém que tem uma claque muito mais fiel e é capaz de fazer atrocidades sem ninguém falar nada pode ser realmente um choque de realidade. Ter que falar que não gostou de algo que uma amiga fez pode ser difícil, mas vemos tanto Eloise falando quanto ouvindo de Cressida coisas que talvez ninguém mais tivesse coragem de dizer a essa duas.

Vamos ver o que a segunda parte nos reserva, pois, Cressida terá uma participação importante (assim como no livro) na jornada da revelação de Lady Whistledown.

O jardim de Violet

Que Marcus Anderson não está para brincadeira, já entendemos. Mas, o que será que o passado do irmão de Lady Danbury reserva de tão misterioso a ponto de Lady D não querer ajudá-lo nem de graça? É fato que ele agradou aos olhos da nossa Viscondessa viúva, mas será que teremos realmente algo a mais além de um flerte bobo? Confesso que a interação entre eles ainda não deu muitas pistas de para onde isso tudo irá.

Resta saber quais novas tramas e dramas a segunda parte vai nos trazer. O trailer indica que a corrida pela identidade de Lady Whistledown está cada vez mais acirrada e se a primeira parte foi só amorzinho e flores, a segunda vai ser tiro, porrada e bomba.

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