Sete de Abril

 

“- O que você quer ser quando crescer?
 – Jornalista.”

Todos nós, jornalistas, já nos deparamos com esse diálogo. Mas, não conheço – quase – ninguém que tivesse essa resposta tão cedo na ponta da língua como eu. Sabe aquela pessoa que nasceu pra fazer uma coisa? Então, eu nasci pra ser jornalista.

E, não, não digo isso movida por um sentimento forte, passional e arrebatador à profissão. Eu simplesmente nasci assim. Falante por natureza, tagarelava tanto que ficava falando comigo mesma no espelho ou com minhas bonecas por não ter com quem conversar (filha única sofre!). O jornalismo já estava no meu sangue desde criancinha, quando pegava o microfone – que veio junto com uma guitarra, mas quem disse que eu ligava muito pra guitarra? – e saía colocando comida na boca dos meus pais e avós, perguntando em seguida “Qui goto tem?” (Que gosto tem, do emanuelês infantil) e não ficava satisfeita até que me respondessem.

Nasci assim. Estava pré-destinada.

Todo domingo, meu avô me passava o suplemento infantil, mesmo na época em que eu não sabia ler. Todo domingo eu descia pra buscar o jornal do meu avô e assistia, fascinada, ele ler tudo, fazendo aquela bagunça – ordenada- com os cadernos e ao final ficando com a mão suja de tinta de jornal.

Tão predestinada que, desde criança, visitava semanalmente a Rua Sete de Abril (onde é o sindicato que meu avô era associado). Foram muitos e muitos anos visitando o mesmo endereço. Era a rua que eu sabia o nome e a localização de cor tão bem quanto o endereço da minha casa. E só fui descobrir que era a “minha rua” quando já estava na faculdade.

Acho que foi o destino.

Foi o destino que me fez ser curiosa desse jeito e não sossegar até entender. Conheci um cara que ganha de mim nesse quesito e, cá entre nós, acho que também foi destino. Foi o destino que não me fez desistir e chegar até aqui. Mas, foi muito mais do que destino que me manteve por aqui. É o meu amor por esse tal Jornalismo, tão menino e tão gágá ao mesmo tempo, que me faz continuar nele.

Porque Emanuellen e Jornalismo são dois caminhos que se cruzam constantemente. E por mais que exista muito jornalismo por aí sem mim, eu não existo sem ele.

É, acho que foi o destino mesmo.

Feliz dia do jornalista!

quer saber 2

2 thoughts on “Sete de Abril

  1. Fica titi nãããão Ludy! É dificil, mas uma hora a gente se acha… eu já me senti muito perdida, por não ser fissurada por uma área específica do jornalismo e isso estava me frustrando muito, porque eu não fazia ideia de onde ir. Aí pensando, pensando, pensando, cheguei a conclusão de que amo mesmo é o jornalismo, como um todo, um pouco de todas as áreas, e percebi que a solução é ir para o meio acadêmico. Você vai se achar, bonequinha, é só ficar de olho para quando algo fizer seu coração bater mais rápido. E já sabemos que não é produção hahahaha

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