Cara leitora, com a pergunta do título você pode até achar que enlouqueci. Como assim, ela não foi ver o filme outro dia?! Sim, fui! E por conta dessa pequena obsessão com o filme acabei topando com o livro A Bela e a Fera – A versão clássica e a surpreendente versão original, da série Clássicos da Editora Zahar.

Surpreendente é mesmo a palavra perfeita. Essa semana pretendia escrever sobre a Carlton House sorry, Prinny, mas esse livro definitivamente merece um post!
O livro é pequeno, de capa dura. A introdução de Rodrigo Lacerda é interessantíssima e a edição tem ilustrações! (Persuasão, me aguarde!)
Tale as old as time…
Em 1740, Madame de Villeneuve publicou a historia pela primeira vez no livro Le Jeune Américaine (ou Les Contes marins). Dezesseis anos depois, Madame de Beaumont publicou uma versão BEM enxuta desse conto na revista inglesa Magasin des Enfants e que é aquela que mais conhecemos.

O original de Villeneuve é rico em detalhes e com um final que vai além do momento da transformação da Fera. Confesso que se não soubesse que o conto escrito por Madame de Villeneuve fosse original, ia achar que alguém usou muitas ~dorgas, manolo~ enquanto via o filme e quis fazer uma fanfic! Tem umas viagens que, olha…
Nessa versão, Bela é filha de um rico comerciante, tem vários irmãos e irmãs (bem invejosas, por sinal), mas perdem tudo e são obrigados a irem morar no interior. Depois de todo aquele drama por causa da bendita rosa que Bela pediu ao pai, ela resolve se sacrificar por ele, entregando-se voluntariamente a Fera. Até aqui, tanto o conto clássico como o original são bem parecidos. A Fera trata Bela cordialmente, com muito respeito apesar de mal conversar e ser meio bruto, e toda noite pergunta, sem rodeios, se ela quer se deitar com ele. Frente a recusa, ele só responde Tudo bem. Boa noite, Bela. #friendzone

Infelizmente, não há objetos falantes (pra dizer a verdade, só na Disney tem isso mesmo) nem Gaston. O castelo não está destruído, pelo contrário: Bela passa os dias no maior luxo! Nossa mocinha sonha muito quando dorme e recebe diversas revelações nesses sonhos (além de conhecer um príncipe gato e se apaixonar por ele). Embora os sonhos sirvam pra deixá-la bem confusa, também a guia no caminho para entender seus sentimentos. É bem legal ver como ela percebe a bondade na Fera por baixo de toda fealdade (feiura, trocando em miúdos) e se mantém leal, mesmo com um bonitão nos sonhos.
Tenho certeza que o novo filme da Disney bebeu na fonte de Villeneuve, pois há algo bem parecido com o livro que a Fera entrega para Bela visitar outros lugares e eles acabam em Paris of my childhood. No conto de Villeneuve, há uma sala com diversas portas espelhadas que descortinam as mais variadas atrações ao mesmo tempo que mantem Bela invisível aos outros. Se não soubesse que foi escrito há mais de 200 anos, diria que a pessoa se inspirou na TV ou na internet!
Além disso, há fadas e rainhas e reis e uma confusão danada por causa da mistura desses três. O momento da revelação da Fera também é curioso, pois Bela meio que recusa o príncipe (parece que o jogo virou não é mesmo?) e rola até um capitulo com a própria Fera contando sua história (mas ai a Bela já tinha aceitado de novo o Príncipe). A terceira parte é uma confusão só (muito engraçada, cheia de reviravoltas) e tenho certeza que dali saíram vários outros livros de contos de fadas. Reconheci elementos que aparecem nA Pequena Sereia, A Branca de Neve e até na Bela Adormecida! E muitos panos de fundo que já vi em bilhões de romances! Será que Madame de Villeneuve é a fonte pra todos esses? Não duvido, não, viu?!
O filme francês A Bela e a Fera, de 2014, dirigido por Christophe Gans, faz uma releitura bem fiel dessa história nas telonas. Mesmo assim, o roteiro mistura ou condensa o background de alguns personagens, como a própria Fera e o motivo que transformou o Príncipe (que não tem nome no livro) em monstro. Mas, é uma releitura muito boa e com uma fotografia incrível! Vale muito a pena assistir!
E você, já leu essas duas versões? O que achou? Me conta aí nos comentários, quero saber!
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Amei o post! 😉
Amei o post também! Apesar desse ser um dos meus contos favoritos, nunca li nenhum versão dele! Valeu a dica Manuzinha! 😘
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