Cada vez que leio um novo livro sobre a Escócia, fico mais apaixonada. Pode ser essa minha mania de ficar pesquisando os lugares para ter inspiração visual, mas a verdade é que é um país com uma beleza rústica que enche muito os olhos. As Terras Altas, então, não tem uma vez que eu pesquise e que não fique babando. O castelo do momento é o Dunvegan Castle, pois ele aparece no livro The Chief, da Monica McCarthy, e é o primeiro da série que estou lendo agora.
O interessante é que o livro se passa na esteira da morte de William Wallace, em 1305, e trata da luta de Robert the Bruce para tomar o trono da Escócia, que havia sido usurpado por Eduardo I. Ou seja, além de ser longe dos salões de Mayfair, também é bem antes do período Regencial, que é minha total zona de conforto.
Então, lá fui eu me jogar na pesquisa. E descobri tanta coisa legal sobre a luta de Robert the Bruce, esse castelo incrível e imponente, e do clã MacLeod, donos do castelo há mais de 800 anos.
O Dunvegan Castle está localizado na Ilha de Skye, parte das Hébridas. No livro, Tormod MacLeod, o Chief, descreve-o como “uma fortaleza de defesa, virtualmente impenetrável. O castelo é construído no topo de uma rocha, como Edinburgo e Sterling, mas acessível somente pela água”. A descrição é corretíssima (adoro autoras fiéis à realidade – na medida do possível) e o castelo fica realmente à beira mar, com sua base em cima de uma antiga ruína nórdica.

Na época em que se passa o livro que estou lendo, 1305, acredito que Dunvegan tinha metade do tamanho atual. O castelo passou por muitas reformas e ampliações, até que no final do século 18 e começo do 19 (olha a Era Regencial, aí gente) o chefe começou um processo de unificação dos mais de 10 prédios, cada qual com um estilo diferente de acordo com a época em que foi construído. Por volta de 1840, uma nova entrada, por terra, com uma ponte levadiça, foi adicionada. Toda a temática medieval foi mantida na área externa durante a reforma de homogenização, mas é possível ver toques de estilos do século 19 na decoração.
Eu esperava mais imagens dos halls do castelo e outros lugares com ares medievais, mas as reformas deixaram o interior bem parecido com casas aristocráticas vitorianas (não que eu esteja reclamando). Se já é difícil encontrar boas imagens do século 19, imagina da Idade Média! O legal é que há alguns chalés na propriedade que podem ser alugados para as férias e o castelo pode ser visitado todos os dias nos meses de primavera e verão.
Veja as fotos:
Confesso que fiquei pensando muito em toda a história e em como os escoceses e ingleses sempre viveram em pé de guerra (e que após essa treta com o Robert The Bruce e o Edward I, e depois da disputa entre Elizabeth I e Mary Stuart, o trono inglês foi parar no colo de James I, filho de Mary de qualquer jeito). Também lembrei de como tudo isso ainda é extremamente pertinente, visto que esses dias foi realizada uma marcha em prol da independência da Escócia do Reino Unido.
É isso! Agora vou voltar para a Ilha de Skye e aproveitar esse paraíso medieval (ainda que só na minha imaginação).
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